6 de julho de 2016

Resenha : Toda Luz Que Não Podemos Ver


Sinopse

Marie-Laure vive em Paris, perto do Museu de História Natural, onde seu pai é o chaveiro responsável por cuidar de milhares de fechaduras. Quando a menina fica cega, aos seis anos, o pai constrói uma maquete em miniatura do bairro onde moram para que ela seja capaz de memorizar os caminhos. Na ocupação nazista em Paris, pai e filha fogem para a cidade de Saint-Malo e levam consigo o que talvez seja o mais valioso tesouro do museu. Em uma região de minas na Alemanha, o órfão Werner cresce com a irmã mais nova, encantado pelo rádio que certo dia encontram em uma pilha de lixo. Com a prática, acaba se tornando especialista no aparelho, talento que lhe vale uma vaga em uma escola nazista e, logo depois, uma missão especial: descobrir a fonte das transmissões de rádio responsáveis pela chegada dos Aliados na Normandia. Cada vez mais consciente dos custos humanos de seu trabalho, o rapaz é enviado então para Saint-Malo, onde seu caminho cruza o de Marie-Laure, enquanto ambos tentam sobreviver à Segunda Guerra Mundial.Uma história arrebatadora contada de forma fascinante. Com incrível habilidade para combinar lirismo e uma observação atenta dos horrores da guerra, o premiado autor Anthony Doerr constrói, em Toda luz que não podemos ver, um tocante romance sobre o que há além do mundo visível.

A narrativa divide-se paralelamente ao mesmo tempo entre um menino órfão alemão chamado Werner, que vive num lar com outros órfãos e sua irmã Juta, e uma jovem francesa chamada Marie-Laure Leblanc que perde a visão e vive sob os cuidados do seu pai, o chaveiro de um museu.  
 O título é incrível e te incita a comprar ''Toda luz que nao podemos ver'', nossa! Que impactante! Logo de cara já te dando pistas do que o miolo se trata, a capa te dá uma visão ampla de uma cidade francesa, eu suponho, e te convida a um mergulho rápido segurando em sua mão direita, Werner, o alemão de cabelo cor de neve, e em sua mão esquerda Marie-Laure, a francesa do rosto cheio de sardas. Só que o mergulho não é rápido. O livro tem 528 páginas e o mergulho mais parece um afogamento a vinte mil léguas submarinas. 


As coisas acontecem no período antes da invasão alemã em território francês, durante a invasão e depois da invasão, ainda dando um vislumbre do futuro pôs guerra dos personagens, o que é muito gentil da parte do autor. Algo já visto em A menina que roubava livros. O cenário caótico permeado de medo, a vida simples tentando seguir em meio a dificuldades e a fome. Uma grande amizade, e a torcida para que tudo se acerte no final.

Toda luz que não podemos ver, é superestimado. Não traz nada sobre a guerra que não saibamos, não contém nada de extraordinário, e o que traz de diferente é mal desenvolvido, é insípido e desnorteante, no entanto excitante nos primeiros momentos por nos fazer, como leitor, criar teorias e imaginar probabilidades que não serão mais do que apenas teorias pois o rumo que a história toma decepciona.
Não enxerguei no autor uma escrita característica. Doeer aposta na riqueza de detalhes, que talvez seja a sua forma de nos tornar sinestésicos a fim de inserir o leitor como um espectador dentro da história, fazendo-se ouvir bombas e aviões, o estrondo de construções cedendo. 



Interessante é a estrutura do livro, capítulos se alternando entre os personagens, a cada parte do livro temos uma demonstração do momento presente, então passado e presente dançam embaixo dos nossos olhos e é algo realmente muito bonito. A descrição excessiva não é poética, é impessoal, e isso deixa um gosto amargo no fim das frases, foi algo que eu realmente não gostei. Mas enfim, quem foi que disse que ''temos que escrever de tal jeito''? Afinal, isso é Doeer.

A impressão que ficou em mim, é que o autor perdeu-se em suas palavras bonitas e se apegou aos personagens de tal forma que a narrativa acabou por se tornar fatigante. Ou eu não entendi nada da história e sou insensível a ponto de não perceber qual é a grande mensagem que o livro trás. 



Ano: 2015
Autor:
Anthony Doeer
Páginas:
528
Editora: Intrínseca

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