3 de agosto de 2016

Stranger Things: Uma série, oito episódios e muita nostalgia


O encanto imediato provocado pela webserie Stranger Things, emitida pelo site de streaming Netflix, é resultado de uma receita difícil de chegar a homogeneidade, juntar elementos fundamentais para uma série de sucesso e mantê-los em harmonia não é uma tarefa fácil, no entanto foi exercida com êxito pelos irmãos Duffer, cujo sobrenome nunca fora visto antes... Pelo menos, não que eu me lembre. 


 Os elementos que contribuíram para a dinâmica dos episódios foram um começo simples com gosto de infância. O conto começa com um passeio de bicicleta, Will Byers volta para casa no escuro depois de um longo jogo de Dungeons & Dragons com três amigos quando ele encontra algo de sinistro no escuro, sem enrolações, o telespectador logo é envolvido no mistério.


Contamos também com a atuação sólida do elenco, tendo a Winona Ryder como Joyce Byers mãe do desaparecido Will Byers, de 12 anos, e do jovem Jonathan Byers, e David Harbour que faz um trabalho sólido como o chefe de polícia local, que tem uma história suspeita no passado, recurso que contribui para com o background de suspense e suposições por trás dos personagens. 


A reprodução da década de 80, ano de 1983 para ser mais específica, agrega nostalgia a trama tornando os personagens mais próximos dos telespectadores. É sobre encontrar aquele momento atemporal quando tudo parecia tentadoramente, assustadoramente novo. É uma espécie de sci-fi retrô, que deu muito certo, lembra um pouco o filme Super Oito e várias obras de literárias de Stephen King.   


Stranger Things praticamente criou algo que cativa e dá medo ao mesmo tempo, a série te deixa apreensivo até o último segundo do episódio. Sem contar na abertura e na trilha sonora que emoldura a série dando aquele toque zeitgeist final. 

6 de julho de 2016

Resenha : Toda Luz Que Não Podemos Ver


Sinopse

Marie-Laure vive em Paris, perto do Museu de História Natural, onde seu pai é o chaveiro responsável por cuidar de milhares de fechaduras. Quando a menina fica cega, aos seis anos, o pai constrói uma maquete em miniatura do bairro onde moram para que ela seja capaz de memorizar os caminhos. Na ocupação nazista em Paris, pai e filha fogem para a cidade de Saint-Malo e levam consigo o que talvez seja o mais valioso tesouro do museu. Em uma região de minas na Alemanha, o órfão Werner cresce com a irmã mais nova, encantado pelo rádio que certo dia encontram em uma pilha de lixo. Com a prática, acaba se tornando especialista no aparelho, talento que lhe vale uma vaga em uma escola nazista e, logo depois, uma missão especial: descobrir a fonte das transmissões de rádio responsáveis pela chegada dos Aliados na Normandia. Cada vez mais consciente dos custos humanos de seu trabalho, o rapaz é enviado então para Saint-Malo, onde seu caminho cruza o de Marie-Laure, enquanto ambos tentam sobreviver à Segunda Guerra Mundial.Uma história arrebatadora contada de forma fascinante. Com incrível habilidade para combinar lirismo e uma observação atenta dos horrores da guerra, o premiado autor Anthony Doerr constrói, em Toda luz que não podemos ver, um tocante romance sobre o que há além do mundo visível.

A narrativa divide-se paralelamente ao mesmo tempo entre um menino órfão alemão chamado Werner, que vive num lar com outros órfãos e sua irmã Juta, e uma jovem francesa chamada Marie-Laure Leblanc que perde a visão e vive sob os cuidados do seu pai, o chaveiro de um museu.  
 O título é incrível e te incita a comprar ''Toda luz que nao podemos ver'', nossa! Que impactante! Logo de cara já te dando pistas do que o miolo se trata, a capa te dá uma visão ampla de uma cidade francesa, eu suponho, e te convida a um mergulho rápido segurando em sua mão direita, Werner, o alemão de cabelo cor de neve, e em sua mão esquerda Marie-Laure, a francesa do rosto cheio de sardas. Só que o mergulho não é rápido. O livro tem 528 páginas e o mergulho mais parece um afogamento a vinte mil léguas submarinas. 


As coisas acontecem no período antes da invasão alemã em território francês, durante a invasão e depois da invasão, ainda dando um vislumbre do futuro pôs guerra dos personagens, o que é muito gentil da parte do autor. Algo já visto em A menina que roubava livros. O cenário caótico permeado de medo, a vida simples tentando seguir em meio a dificuldades e a fome. Uma grande amizade, e a torcida para que tudo se acerte no final.

Toda luz que não podemos ver, é superestimado. Não traz nada sobre a guerra que não saibamos, não contém nada de extraordinário, e o que traz de diferente é mal desenvolvido, é insípido e desnorteante, no entanto excitante nos primeiros momentos por nos fazer, como leitor, criar teorias e imaginar probabilidades que não serão mais do que apenas teorias pois o rumo que a história toma decepciona.
Não enxerguei no autor uma escrita característica. Doeer aposta na riqueza de detalhes, que talvez seja a sua forma de nos tornar sinestésicos a fim de inserir o leitor como um espectador dentro da história, fazendo-se ouvir bombas e aviões, o estrondo de construções cedendo. 



Interessante é a estrutura do livro, capítulos se alternando entre os personagens, a cada parte do livro temos uma demonstração do momento presente, então passado e presente dançam embaixo dos nossos olhos e é algo realmente muito bonito. A descrição excessiva não é poética, é impessoal, e isso deixa um gosto amargo no fim das frases, foi algo que eu realmente não gostei. Mas enfim, quem foi que disse que ''temos que escrever de tal jeito''? Afinal, isso é Doeer.

A impressão que ficou em mim, é que o autor perdeu-se em suas palavras bonitas e se apegou aos personagens de tal forma que a narrativa acabou por se tornar fatigante. Ou eu não entendi nada da história e sou insensível a ponto de não perceber qual é a grande mensagem que o livro trás. 



Ano: 2015
Autor:
Anthony Doeer
Páginas:
528
Editora: Intrínseca

8 de junho de 2016

Freaks And Geeks, uma temporada entre 99 e 2000


Melhor e muito mais engraçado do que Malhação, Freaks and Geeks é uma série americana que foi exibida entre os anos de 1999 e 2000, aqui no Brasil pelo canal de tv fechada; Multishow.


A série terminou prematuramente, com apenas uma temporada e dezoito episódios, por não ter um público dominante, ou cativo, na época. 
Mas hoje é lembrada e celebrada como um dos marcos da passagem dos anos noventa para 2000.



A história gira em torno de Lindsay Weir, interpretada por Linda Cardellini (a esposa do Gavião Arqueiro em Avengers) uma garota estudiosa, atleta das disputas intercolegiais de matemática, só que seu comportamento muda depois da morte de sua avó, Lindsay quer ser uma 'freak' o apelido para um grupo de vagabundos descolados do colégio. Para isso ela sai do grupo de matematletas, adota um casaco verde exército que era do seu pai, tudo para ser mais grunge e descolada como os freaks.


Do lado dos geeks, temos Sam Weir, irmão caçula da Lindsay, que também luta para ser descolado, só que diferente da irmã, ele não abandona os velhos amigos, seu objetivo consiste apenas em impressionar garotas, ou, uma garota específica. 

“Todo mundo é um democrata até conseguir um pouquinho de dinheiro. Então, eles recuperam o juízo.” Harold

Um dos meus personagens favoritos é o Harold o pai da Lindsay, um pessimista meio seco e dramático, para ser sincera ele apenas põe em linhas claras o que pensa e a verdade sobre determinadas coisas. 
Os roteiros são simples, sem lições de moral no final ou seriedade, é uma série de comédia dramática que te convida para uma viagem para colegial no fim dos anos oitenta. É só pegar o ticket e embarcar nessa... e ah, tem na Netflix. 
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